Seis anos de uma das piores enchentes que marcaram as cidades de Rolante e Riozinho, relembre

0
831
Publicidade

Se você que está lendo essa matéria for morador das cidades de Rolante e Riozinho, devem lembrar muito bem da noite de quinta-feira (05/01/2017) e a madrugada da sexta-feira (06/01/2017).

Uma enchente afetou cerca 15 mil habitantes, o que equivale a 70% da população da cidade de Rolante. A defesa Civil estimou que cerca de 6,6 mil moradores foram atingidos.
De acordo com a Prefeitura Municipal de Rolante, choveu aproximadamente 130 milímetros em cerca de 1h30. A média histórica de chuva para o mês de janeiro na cidade de Rolante é de 181mm.
A chuva já era prevista para a nossa região, que costuma ter alagamentos por conta da geografia: nosso município fica em um relevo entre morros. Porém, o rompimento de um açude agravou a situação.

O açude que rompeu as 16hrs do dia 05/01/2017 está localizado no interior de São Francisco de Paula, localizado a cerca de 20 quilômetros de Rolante, no distrito de Rincão dos Kroeff, que fica a cerca de 900 metros acima do nível do mar. Após o rompimento, toda a água desceu para o vale onde está localizado os municípios de Rolante e Riozinho, que tem uma elevação de aproximadamente de 40 metros acima do nível do mar.
“Tem dois açudes aqui. Com a chuvarada, o maior transbordou e a água passou para o menor, que estourou e ficou vazio”, conta Lucas Mazzurana, morador do Rincão dos Kroeff.
Junto com o rospimento do açude houve deslizamentos de terra e o material orgânico criaram diversas barragens ao longo do percurso do rio, que não suportaram o volume d’água, que acabou chegando com muita velocidade e em grande volume.

O nível da água começou a subir por volta das 18h de quinta-feira (05/01/2017), durante o temporal, mas a situação se complicou ainda mais durante à noite.
Mais de 100 famílias tiveram de sair de casas, e parte delas saiu ainda durante a noite, após alerta dos bombeiros Voluntários de Rolante.

Com a magnitude da água veículos foram arrastados , pontes foram destruídas, plantações foram devastadas, e animais morreram levados pela força da água, conforme a Defesa Civil. A estimativa é de que 90% dos animais da pecuária tenham morrido.
Bombeiros de 10 cidades gaúchas foram destacados para resgatar as famílias que ficaram ilhadas na comunidade de Mascarada , a mais afetada, (que se divide entre Riozinho e Rolante).
Em alguns pontos da área central da cidade de Rolante, a água chegou a 1,5 metro de altura.

As equipes de resgate e emergência passaram a madrugada da sexta-feira (06/01/2017) realizando resgate e atendimento nas cidades de Rolante e Riozinho.
Os prefeitos de ambas as cidades declararam situação de emergência.

Por volta das 2h, o nível dos rios e dos alagamentos estava baixando segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Rolante e coordenador da Defesa Civil do município. Por questão de segurança, a RGE realizou o desligamento da energia elétrica em diversas áreas do município.

Na manhã do dia 06/01/2017, os moradores que haviam saído de suas casas puderam retornar e ver o que tinha acontecido e mensurar o tamanho da perda.
Um escola foi transformada em abrigo e na mesma manhã foi feito um trabalho de verificação da extensão do estrago.

A mobilização de gaúchos fez com que o número de doações, superasse o necessário, segundo a Defesa Civil do município, diversas pessoas físicas, empresas e ONGs encaminharam todo o tipo de auxílio.

A Defesa Civil estima que os danos em Rolante tenham superado os R$ 60 milhões. Foram R$ 26 milhões em estragos nas residências, R$ 24 milhões em danos ambientais e outros R$ 10 milhões no prejuízo na criação de gado.

Na segunda-feira seguinte (09/01/2017) o então presidente em exercício, Michel Temer, sobrevoou a região para avaliar danos e outras medidas emergenciais para assistência à população, onde foi anunciado o envio de kits de ajuda humanitária aos moradores.

E no dia 12/01/2017 O governo federal reconheceu a situação de emergência, o reconhecimento da situação de emergência permitiu às cidades solicitar recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução.

Após 6 anos dessa trajédia, a cidade e as famílias já estão estruturadas e o que fica são lembranças e histórias de um dos piores dias da nossa comunidade.

No entanto, o atual prefeito da cidade de Rolante, Pedro Rippel, revela que está sendo elaborado um projeto que compreende a execução de um trajeto de 2km, que servirá como uma saída da cidade, em situações de enchentes. “Uma das maiores preocupações que temos aqui na cidade é quando acontecem essas chuvas e acaba alagando a cidade, nós ficamos sem saída e sem entrada no município”, conta. “Acabamos ficando ilhados. Então estamos criando um projeto que é um caminho de fuga para enchente do município, que sairá no bairro Imocasa. Será uma parceria com o Estado. Estamos trabalhando em cima do projeto, para elaborar ele e depois encaminhar junto à secretaria de Transportes para buscar o recurso e poder executar esse desvio”, detalha.

De acordo com o chefe do Executivo, este trajeto será asfaltado “inclusive com uma ciclovia junto, iluminação pública e com algum mirante também, para aproveitarmos a questão turística do nosso município e principalmente então essa rota de fuga, que vai ser muito importante para que a população de Rolante não fique ilhada”, disse.

.

Publicidade -
Ponta 1