Primeiro passo: Não se apavore.
Segundo passo: Procure um clínico de sua confiança.
Terceiro passo: Leia essa coluna!
A descoberta da hipertensão(famosa pressão alta), é um momento de muitas dúvidas, medos e fragilidade. Alguns pacientes entram em negação, outros não sabem nem o que perguntar, alguns apenas entregam nas mãos do médico, outros ainda mais preocupados procuram o cardiologista e alguns simplesmente saem com uma receita de medicamentos e uma bolsa cheia de dúvidas. Como a medicina é muito sobre comunicação, vou apresentar o guia inicial para vocês não se perderem.
Hipertensão arterial não é diagnosticada com apenas uma medida, precisamos de pelo menos duas com diferença de algumas horas e com a técnica correta: aparelho adequado e calibrado, posição certa( sentado ou deitado), com descanso de 5-10 minutos, sem ter fumado, tomado café ou energéticos 30 minutos antes da medição, sem estar com dor ou a bexiga cheia. Alguns indivíduos têm a pressão mais alta ou mais baixa na consulta, sendo necessário alguns cuidados quando suspeitamos disso.
O ponto de corte é pressão maior ou igual 140 da sistólica ou maior ou igual 90 da diastólica, o famoso 14 por 9 que as pessoas falam. Mesmo pressões um pouco menores já aumentam o risco cardiovascular, mas não consideradas hipertensão e não se utilizam medicamentos. As metas com o tratamento são manter a pressão menor que 150/90 na maioria dos casos.
Após o diagnóstico normalmente são pedidos alguns exames de sangue e urina, eletrocardiograma de repouso, radiografia de tórax. Esses exames são para pesquisar fatores de risco, complicações, calcular o risco cardiovascular.
Outro ponto importante é: não é porque você não sente nada que a pressão está boa, muitas vezes ela é uma assassina silenciosa e lenta. Causando danos na visão, rins, vasos sanguíneos e coração. Isso aumenta casos de derrames, ataques cardíacos, insuficiência do coração e ainda isso tudo pode acarretar redução da mobilidade e independência da pessoa.
Para reduzir os riscos de tudo isso acontecer, o tratamento tem dois pilares principais:
O medicamentoso, que será escolhido com base na ciência, nas outras doenças do paciente, no seus exames e também, claro, na preferência do paciente. Alguns pacientes necessitarão de várias medicações para o controle da pressão, outros apenas uma, e aqueles com risco maior usarão também remédio para colesterol e aspirina. Também preciso dizer que não é matemática, exige que o paciente retorne e muitas vezes temos que fazer ajustes para tudo ficar bem.
E o pilar de mudanças de estilo de vida que engloba: dieta adequada, emagrecimento quando necessário, controle do sódio e exercício físico. Casos leves de hipertensão podem ser tratados algumas vezes apenas com esse segundo, mas tudo deve ser conversado com seu médico.
Esse é um resumo das principais perguntas e dúvidas que surgem no consultório,se tiverem alguma outra dúvida podem mandar para o portal ou para mim que responderei com o maior prazer.
DR. Leonel Machado Paz – cremers 43054
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